terça-feira, 24 de agosto de 2010

Nós sem laço

Fui acumulando palavras aqui dentro e elas acabaram assim, embaralhadas. Falta paciência para desfazer os nós. Juntei tudo e coloquei num cantinho, embaixo do tapete.
Todos os dias minha consciência me dá um puxão de orelhas. 'Menina, quando é que você vai tirar a poeira e varrer o passado pra fora?'.
Não tenho resposta. Abaixo a cabeça, disfarço e saio de fininho.
A gente até pode jantar comida requentada, mas nunca se acostuma com novidades de ontem.
Mas não é sobre o marasmo que quero falar. Hoje não. Esses comentários são só minha imaginação desviando do assunto.
Hoje abri os olhos e a rotina já estava a postos... Banho, cabelo e maquiagem. Trânsito, trabalho e etc. Acordei um pouco mais tarde no mundo virtual. Estava com preguiça pra tweets e tudo mais. Mas foi lá, no mundinho-quase-de-faz-de-conta que me lembrei dele, a agenda virtual registrando seu aniversário.
Pensei em mandar um scrap. Oscilei entre um telefonema ou um recado via twitter. A verdade é que ele não merece nada disso. Optei pelo mais óbvio quando se trata da garota TPM aqui: pensar, pensar e pensar... Nele, em mim, no faz de conta que criei e que no fim, rendeu menos páginas que as histórias da carochinha.
A gente se esbarrou por acaso mas me encantei de caso pensado. E no fim, não passou de um caso mal resolvido.
Chato. No fundo, me interessei pelo cara que fui inventando (imaginação filha da puta). Ele, mais maduro e bem menos criativo, me desvendou em dois tempos e sem me dar tempo, pulou fora.
Opa! Eu e minha falta de foco... Esse não é um texto sobre dor de cotovelo. Tsc tsc tsc.
Esse emaranhado de palavras é pra tentar desatar os nós que ficaram. Já tenho laços demais pra manter o que não convém.
Me dei conta de que pouco sei a respeito desse tal cara, mesmo que em algum momento eu pensasse saber tudo. Que vergonha da minha mania de achar... Vivo achando e no fim, não tenho certeza de nada.
Ãh? Ah! Ok, foco...
Eu espero que ele seja ao menos um pouquinho do que vi. E que as músicas e mensagens que trocamos em algum ponto virem uma verdade pra nós... Mesmo com outros pares.
De nós só ficaram os nós. Mais cedo ou mais tarde, a gente desata.


Esse texto bagunçado que fala tanto sem dizer nada é só um beijo carinhoso.
Feliz Aniversário... pra ele.

14 comentários:

Milton Fernandes disse...

Você é foda, consegue me emocionar com um texto me puxando a orelha. Te gosto muito, mesmo o mundo não sendo como nós imaginamos, ou como eu imaginei, saiba que ainda te guardo com muito carinho. E não sei escrever bonito, mas que se foda.

Lisiane disse...

Gostei do texto. Achei muito legal a fluidez da narrativa, as palavras escolhidas. Puxão de orelha misturado com sentimento. Interessante.
Devaneio? Pena que mais gente não se permita devanear!

LandNick disse...

A gente raramente desvenda em dois tempos! E se isso acontecer, nunca se deve pular fora em dois atos! Eu não faria isso! rsrs Excelente texto, como sempre!

Lucão disse...

uh la la, mon cherry.
mto bem amarrado esse seu texto cheio de nós.
rs

Ótimo, Flavinha.
;)
beijo nocê

Unknown disse...

Palavras simples, porém com significados complexos.
Os nós são foda!

Continue brilhando no twitter !

Camila Passatuto disse...

Consegue soltar e ao mesmo tempo prender. Muito bom!

O texto está gostoso de SE ler, como falaram aí, flui muito bem.

Beijos.

Luilton disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luilton disse...

Enquanto há nó, por mais complexo que seja, ainda haverá possibilidade de desatá-lo. Quando a mulher diz que ainda há nós, ela até torce para que eles desatados.

O problema é quando a corda se rompe...

Abraços, @AnonimoFamoso. :)

finish disse...

Moça, vc põe a cara pra bater...
Isso eh ser frontal...
Se o carinha eh verídico, tadinho...ñ ia segurar a onda mais cedo ou mais tarde!
Eh preciso conteúdo para tratar com gente grande.
Deus te abençõe mto!
@AnaFerrero__

Nanda disse...

"Ainda ontem vc estava ali, onde eu podia ver. Era só caminhar alguns passos e podia te tocar. Hoje nem sei mais onde vc respira, onde sonha, o que escreve. Nem sei mais se vivo ai em alguma parte sua. E mergulhada em toda essa falta que vc faz e toda indignação que ela traz eu concluo: vc nunca esteve ali, eram só projetos de amor."

Fláh, o coração se engana as vezes e a gente vai de embrulho e nem adianta querer usar de lição.
Amanhã tá a gente ali, amando de novo...

Gdes beijos e bonança!

Nanda

l. disse...

"A gente se esbarrou por acaso mas me encantei de caso pensado. E no fim, não passou de um caso mal resolvido."

Me reconheço nas suas palavras
e te reconheço em tudo.

Anônimo disse...

Uma vez escrevi um microconto assim:

"Rezei para Nossa Senhora Desatadora de Nós. Agora sou só eu."

Rs!

Fernando Ramos disse...

Linda, passado mal resolvido é passado vivo. Assita O Passado (El Passado), do Babenco. Fala bem disso, dos teus nós bem atados.

Beijocas!

- Ballet, o escambáu! Meu filho não será viado!
- Aquele jogador do São Paulo é macho que só, né.
Metendo a Colher, meu novo conto na Coluna Fantasma: www.colunafantasma.blogspot.com

Fernando Ramos disse...

Lembrei de outro filme perfeito sobre isso, perfeito. Corra que ainda deve estar nos cinemas: A Origem, com o Di Caprio.

Beijocas!

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